segunda-feira, 28 de maio de 2007

O dinheiro e as letras da vida

A menina enfim havia terminado os estudos no colégio. Agora podia fazer uma faculdade e se especializar naquilo que ela quisesse.

Decidiu fazer Letras porque queria ser professora de idiomas. Com o sorriso largo e mais brilhante que aquelas janelinhas metálicas dos prédios na hora do pôr-do-sol, foi cantarolar a notícia a seus pais. O pai era médico e a mãe era dona de uma grande empresa de cosméticos. Ambos disseram à menina que Letras não era um curso que daria à ela um bom futuro e não haveria tanta possibilidade dela conseguir muito dinheiro.

E de repente a luz brilhante das janelinhas se apagou e o sorriso da menina escureceu como o breu da noite.
Ela passou a se perguntar se dinheiro realmente era uma coisa tão boa a ponto de poder influenciar e formar uma decisão tão importante para a vida dela. Perguntou aos amigos e todos responderam não.

O homem tem muita disposição para ganhar dinheiro. Ele rouba e vive por dinheiro. Porém na hora que a velhice bate com a bengala na cabeça dele, o ser humano se torna mais sensível, pensa muito no passado e até se arrepende. Mesmo com o nariz e as orelhas servindo de apoio para um objeto, ele passa a assistir que deveria ter roubado e vivido um grande amor. Nenhum dinheiro.

Quando os bípedes pensantes envelhecem, todos se tornam frágeis e com um mesmo destino que nenhum dinheiro pode comprar.

A menina teve personalidade, fez o que queria e foi alguém feliz.

No gramofone:
Artista: Maritime
Canção: German Engineering
Álbum: We, The Vehicles

2 comentários:

Anônimo disse...

É, na vida tem de se priorizar as aspirações e aos sonhos mesmo.
Gostaria de ressaltar: Teu blog tá massa Lucas. (:

Anônimo disse...
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